Vejo uma geração um tanto quanto perdida no seu rumo e nas decisões a tomar. Para esta geração, infelizmente, o Google não vai ter resposta para tudo – muito menos para questões relacionadas ao ser individual (e ainda bem).
Falando sobre vocação por exemplo, não considero um problema o facto de um jovem prestes a entrar para a faculdade não ter a plena certeza do que quer se licenciar. Mas penso que durante esse tempo ele já poderia ter sido incentivado a descobrir para o que está vocacionado a fazer para o resto da sua vida. Porque eu não imagino nada mais enfadonho do que estar à mesa com familiares ou amigos e ter que elaborar um discurso fenomenal para justificar aquilo que eu faço, sendo que não tem nada a ver com aquilo que eu sou nem com o que eu nasci para fazer. O nosso discurso até pode convencer as pessoas à nossa volta. Mas e nós, será que estaremos plenamente realizados?
Mais que ambições financeiras ou modelos a seguir, precisas primeiro definir quem és e não ter vergonha disso. Não tens que ter vergonha de não ser como o outro é. Porque tu foste chamado à vida para ser quem tu nasceste para ser. O Criador sabe disso e acredite, Ele é o mais satisfeito com isso!
Quando as redes são um problema
Bem, haja pessoas influentes nas redes sociais! Encontram-se desde cozinheiros, a bloggers de moda, enfim… em todas as áreas possíveis e imaginárias. E eu não vejo problema nenhum em seguir as mesmas nas variadas redes sociais, o problema está em denegrirmos quem somos com as comparações absurdas que vamos fazendo a cada post que aparece no nosso feed.
Desde quando é que o nosso valor está em ser comparado ao outro? Desde quando é que eu tenho que fazer o mesmo que o outro faz? Bem, o mundo seria tão chato se assim fosse! Imaginem-nos todos iguais e a fazer o mesmo… Deus que me livre!
Podemos admirar o trabalho do outro e as boas qualidades, contudo não nos podemos esquecer que a realidade dele não é a mesma que a nossa. E querendo ser igual ao outro, ignoramos todo o trilho árduo que já percorremos sem querer dar valor às aprendizagens que nos foram proporcionadas.
Eternamente únicos
Para terminar, preciso expor-me aqui (de novo): dentro do meio cristão eu seguia nas redes sociais algumas pessoas que me inspiravam. Contudo, o drama deu-se quando eu comecei a questionar Deus porque é que eu não era assim como este “fulano” ou o outro. Eu demorei algum tempo a entender que Ele me tinha criado de forma única e que se há coisa que Ele não faz é clones. Ele é único em fazer pessoas únicas, dando vocações únicas, propósitos únicos.
Por isso, não percas tempo a fingir. Não precisas disso. Não percas tempo com justificações falsas para convenceres as pessoas e a ti mesmo de algo que não és. Não tenhas vergonha de quem nasceste para ser e da tua vocação. Deus quer que vivas uma vida livre e completa para ser quem Ele te chamou para ser, sem medo.
E, se me permites, gostaria de te dar um conselho: um dia, entra no teu quarto e fecha a porta. Baixinho faz a seguinte pergunta: “Deus quem sou eu e como é que Tu me vês?”. Eu sei que vais ter resposta e que esse fardo pesado de comparações e fingimento vai ser deixado. Eu sei que vais viver a liberdade que outrora custou um alto preço.
ANA MARGARIDA
Ana, eu fui muito abençoada por esse texto. A ideia do coletivo, do efeito em massa, do se esconder dentro da multidão faz-nos esquecer ou nos tira muitas vezes a responsabilidade de ser quem somos, de ser quem Ele nos fez para ser.
No trecho das redes sociais pensei: “Ela tocou na ferida” hahaha
Bjs.
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Infelizmente, vejo uma geração muito aprisionada/dependente da opinião dos outros pelo que aparentam. Fora a cobrança do que fazem ou deixam de fazer.
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