“Está claro para mim que eu estou morrendo e que é só uma questão de semanas, de dias… pode acontecer nesse exato momento. Havia luz e agora há escuridão. Eu estava aqui e agora estou indo embora. Mas para onde?”
Meu primeiro Tolstói
A morte de Ivan Ilitch foi publicado há mais de 130 anos e continua esmagadoramente atual. Que livro! Que obra!
Numa narrativa fluída, fácil (não sei porque pensei que ler Tolstói seria difícil) e impecável, somos totalmente fisgados nos primeiros parágrafos, o que se estende até o final.
Como diz o título, o livro é sobre a morte de um homem, isso é, o que ocorreu quando ele morreu, qual foi a reação dos amigos, família etc., com a notícia. Como foram aqueles últimos dias de agonia, e bem antes, como fora a infância, juventude e maturidade de Ivan. Como fora sua vida em família, no Tribunal, já que era um juiz importante.
Os pontos altos para mim, foram as descrições sobre quanta dor o personagem sentia e as suas divagações e oscilações de humor; e quando não consegue mais mentir para si e encara o fato de que está morrendo, começando timidamente a fazer uma contabilidade de sua vida.
É uma obra que toca o leitor, não tem como não se identificar com Ivan, compadecer-se dele, tremer em pensar que a nossa hora também chegará.
Além disso, o livro é uma grande crítica à sociedade e não posso dizer que seja “da época”, pois se aplica direitinho, tenho certeza, há muitos contextos de sociedade de muitas épocas, inclusive atualmente. Quer saber, a grande crítica construída nesse livro é a nós seres humanos que vivemos para agradar a nós mesmos e aparentar ser bons diante dos outros, vivemos tal como se nunca fossemos morrer.
É um livro para pensar na morte, mas certamente e principalmente na vida. É uma obra que descreve perfeitamente também, como é a vida do homem que diz em seu coração: “Não há Deus!” (Salmos 14:1).
Ps. Essa obra foi citada no livro de memórias do médico Paul Brand “A Dádiva da Dor”.
+INFO: A Morte de Ivan Ilitch | Autor : Liev Tolstói (1828-1910) | Publicado a primeira vez em 1886 | Tradução: Vera Karam | Editora LP&M, 2017 | Páginas: 112 | Compre: aqui
★★★★★❤
Adivinha quem está com esse livro criando mofo já faz uns bons 5 anos… então, eu mesmo… Tenho curiosidade e o que li do Tolstói até hoje (Apenas Uma Confissão e alguns contos) eu gostei pra caramba, tenho que parar de enrolar, acho que vou pegar ele esse mês, se der tempo
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Rudi, só leia (e me conta depois haha).
Gostei demais da narrativa do Tostoi. Quero ler agora, justamente esse que vc citou “Confissões” e depois alguns contos, para enfim enfrentar um calhamaço dele.
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Kelly
Por norma Tolstói não é difícil de ler, a escrita é sempre muito fluida, pode é ter estórias extensas, personagens simbólicos muito profundas e algumas páginas que parecem um ensaio como a última parte do 4.° volume de Guera e Paz.
Talvez seja o escritor que sem o declarar diretamente mais divulga os valores e virtudes do cristianismo através de figuras que são exemplares e virtuosas.
O livro que leu, apesar de ser sobre a morte, não deprime o leitor.
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Obrigada por me falar mais sobre Tolstói. É um autor que eu vou seguir lendo com certeza.
Verdade, essa leitura não me deixou para baixo, antes me deixou pensativa sobre a vida, e isso é bom.
Abs.
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Hurrul!!!
[Só vim aqui para dizer “Hurrul!!!”, porque ainda não terminei de ler o livro, então não posso ler sua resenha] XD
=*
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Hahahaha, volta depois!!
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Livrão!!! Livrãozinhozão!! (Pouco mais te 70 páginas profundas e deliciosas de ler)
De fato, um livro pra pensar na morte e na vida…
A amizade dele com uma certa pessoa foi tocante nessa reta final… Parece que ele reconheceu que uma boa companhia/amizade que ama/se compadece de verdade é mesmo uma das melhores coisas da vida…
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Verdade! O que ficou muito forte desse livro para mim é que depois de Deus, da Salvação que vem Dele, o que mais importa na vida é ter alguém por perto que se importa de verdade com a gente.
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