Consideraram-te bastardo, sem saberem que eras filho do próprio Deus que eles tão zelosamente faziam menção de falar. Viveste pacientemente segundo a cultura em que nasceste, porque sempre fez parte de ti respeitar os homens e as suas formas de estar, de viver.
Hoje em dia, ainda há quem diga que Maria deu uma bela desculpa para justificar a gravidez. Não imagino os olhares desagradáveis que poderás ter recebido e o desconforto das palavras porque pensavam teres sido gerado fora do casamento. Mal sabiam eles que eras tu o próprio Filho de Deus.
Pacientemente viveste aqui para mostrar que em tudo há um momento exacto, sabendo tu quem eras. Até que ouviste isso do próprio Pai quando se deu um dos maiores eventos da tua vida aqui nesta terra. Aquilo que tu já sabias desde o início foi-te dito e confirmado pelo Pai e pelo Espírito Santo. Então, a multidão ouviu do próprio Deus quem tu eras.
Rejeitaram-te até mesmo dentro da tua própria família, duvidaram de ti. Mesmo que as maiores provas estivessem diante dos seus olhos. Foste rejeitado até mesmo por aqueles que achavam estar certos, e que com duras palavras te afrontavam. Mas, tu não cedias. Tu sabias quem eras, mas não usurpaste disso.
Aos desprezados, aos indesejáveis, aos doentes, aos pobres e aos que eram considerados escória da sociedade tu te fizeste presente. Mostrando que estes têm tanto valor para Deus como qualquer outro. Às mulheres tu resgataste o seu valor, ao ladrão tu deste uma nova oportunidade…
Humanamente falando, o teu contexto não foi fácil. Foi duro e cruel. Mas, em tudo isso, eu vejo a graça e o amor imensurável daquele que tem os seus olhos sobre nós. Em tudo isso eu vejo o quanto te despiste da tua Glória para cumprir a vontade do Pai, para reconciliares com Ele todas as coisas.
Assim, com tudo o que possas ter sofrido, o que possas ter ouvido, o que possas ter suportado por amor a mim, a nós… obrigada por te teres identificado conosco.