
“Batei na pedra e tesouros jorrarão.” (Karl Olbrich)

Para que não seja esquecido
Este livro é muito mais do que um relato biográfico ou um livro de memórias. É o testemunho de uma vida que ultrapassa o horror para tornar-se eterna por meio da Literatura. Mas não espere, aqui, a descrição da personalidade do autor, os fatos ordenados em linha cronológica precisa, uma explicação ensaiada da psicologia dele. Há, aqui, um toque naquilo que de mais perene temos. […] O mergulho em sua história, seu sofrimento, sua humanidade, enfim – o fato mesmo de assistir o despedaçar da família, imerso em sentimentos carregados por anos, cheio de incertezas e dúvidas: isso bastaria para tocar a imortalidade. Se Fernando Pessoa dizia que a literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida, Mr. Peter mostra exatamente o contrário: é a melhor forma de tocar o coração dela. Muito mais que um memorial, este livro é uma celebração. A festa de uma vida que se conta atentamente. Com aquela dupla atenção que o psiquiatra austríaco Viktor Frankl, outro que superou a insanidade da Grande Guerra, nos pede: “por isto estejamos atentos – e atentos num duplo sentido: desde Auschwitz sabemos do que o Homem é capaz. E desde Hiroshima sabemos o que está em jogo”. [Por Matheus Rocha]
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Quarentena: memórias de um país confinado
Da minha varanda, vejo as árvores a serem fustigadas pelo vento forte. Não existe confinamento para o que nos inunda de gravidade. Digo: a terra. Novos silêncios e partículas muito frágeis começaram a nascer no sonambulismo que estava esquecido. As cidades desoladas, esqueceram os pés em todas as ruas. Mas, e voltando ao vento, digo apenas, que nada estrangula a fúria da esperança. E nesta paciência que lambe paixões muito espessas, estremeço nas palavras que não contaminam. Portanto, basta escrever. [Ricardo Novais]
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